domingo, 25 de dezembro de 2011

Delírios do real

Ok, você tem figos; chester ou peru; ou os dois; ou aquela aberração da genética moderna , o tal do bruster; champagne, refrigerante, uvas passas e panetone, não necessariamente no mesmo corpo; farofa, uma árvore estranha coberta de neve artificial, parentes distantes, euforia momentânea e silêncios contragedores. Você pode não ter tudo issso; mas talvez se identifique com os fogos de artifício e essa artificialidade até certo ponto confortável e segura, mas que de vez em quando te acerta uma agulhada e você finge que não sentiu nada. E ele vem chegando, você sente o seu cheiro , você vê sua sombra a se esgueirar por entre os natais passados. Você sabe que  está ali mas que não é bem vindo, porém, inevitável quanto o encontro dos dois ponteiros no doze e o seu arrasstar pelo infinito. Papai Noel o caralho! Tô falando do vazio! É; o Vazio. Então se pega pensando o porquê de tudo aquilo, e não acha nada que satisfaça.
Mas o pior não é o vazio que se sente com tudo isso à sua volta; pior é saber que tem gente que tem o mesmo vazio, mas na barriga.