sábado, 30 de junho de 2012

Pranto na madrugada

Essa madrugada
chorei por ela
Chorei por ele
Chorei por todos
que se foram sem explicar
Pelos distantes
Pelos próximos
desentendidos, sem saber seu lugar
Pelo último lugar
em que se podia cantar
Pelo nascer do sol sem estrela
e seu descer melancólico
em águas mortas
Pelos bares que fecham
sufocando nosso lamento
Pelas ruas, que são pra carros
e não pra gente, que erra o compasso
Pela onda que leva tudo e deixa esse pranto mudo
Pelos não-lugares de pessoas apressadas
Por esse imenso e impetuoso monsrtro de concreto
que estrutura as mentes preguiçosas
Chorei pela luta vã de não deixar escorrer as lágrimas
Chorei pela arma de fogo que se impõe as palavras, alegria e amor
Chorei choro de rio perene
que sabe que a fonte nunca seca
Chorei por ela
Chorei por ele
Chorei por tudo

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