segunda-feira, 29 de setembro de 2014



De dentro da cabine de leitura (uma escrivaninha fechada na frente e nos lados, de compensados pintados de cinza), fico pensando se é esse o último recurso desesperado para quem não consegue mais se aproximar de um texto acadêmico sem estar sob pressão de uma avaliação tradicional institucional.
Que bela paisagem! Eu admiro, em pensamento. Compensados em cores monótonas, concreto, canos, fios e luz produzidos com recursos não renováveis e altamente poluentes. Que sensibilidade que nos provoca essa linda visão! Deve ser assim que conseguiremos resolver qualquer problema:  nos fechando numa caixa e lendo tudo o que já foi dito, redito, reeditado, revisado, restaurado, criticado, reinventado, misturado e fatiado e um pouco melhor encaixado no quebra-cabeças inventado por nós mesmos. Saber sobre a verdade a mim me parece impossível embaixo de todos esses papeis.

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